Eu e meu bebê. Foto: Nicolas Chaignet
Há muito tempo que eu queria escrever e publicar algo sobre
amamentação, mas sempre fico sem saber por onde começar. É um dos meus assuntos
preferidos e pela minha experiência pessoal (lê-se problemas), me sinto hoje uma
expert no assunto. E sinto um enorme prazer em ajudar as recém-mamães a superar
as barreiras culturais, psicológicas e até mesmo fisiológicas para que possam
nutrir o seu bebê da maneira mais completa, não só nutrir no aspecto de
componentes nutricionais do leite materno que obviamente são superiores a
qualquer outra invenção, mas por nutrir o espírito e o coração, pois amamentar
é também uma questão de afeto, de vínculo com seu bebê.
Fico triste em ver o desencentivo a amamentação e a falta de informação, ver
que momentos maravilhosos de troca entre mãe e bebê pela amamentação são
furtados por ideias cômodas, por processos desnecessários e algumas vezes por
falta de força de vontade.
Eu não sabia por onde começar, mas acho que o melhor modo de falar sobre esse
assunto é falando sobre a minha experiência que tinha tudo pra dar em muitas
mamadeiras, mas não.
Meu bebê foi alimentado até os 6 meses com leite materno e hoje com 1 ano ainda
mama mesmo já comendo de tudo, porque como eu disse antes me interessa nutri-lo
para além dos sais minerais. Portanto resolvi escrever esse relato que pode ser
também um Manual de amamentação.
Como já relatei aqui, meu filho nasceu em casa no dia
primeiro de março de 2012, na primeira hora do dia ele saiu de mim, cuspiu uma
gosminha e foi colocado sobre meu ventre, e aí vem algo inacreditável. Aquele minúsculo
bebê que acabara de nascer já conseguia se rastejar em direção ao meu peito, com
a boca aberta parecia me “bicar” o corpo como um pica-pau, ele estava a procura
da sua fonte de anticorpos, sua primeira vacina: o colostro.
O colostro é o primeiro leite, muitos não chamam de leite, eu chamo, mas ele
não é branco e é riquíssimo em tudo que é realmente necessário pro bebê que
acabou de nascer, porque sim, a natureza é perfeita e nem a Nestlé, nem a Danone
com anos de pesquisa vão reproduzir o que a natureza faz há 5mil anos.
Nesses primeiros minutos ele foi lá mamar, e eu mãe de parto domiciliar
planejado, acreditando no poder da natureza e do instinto, achei que tudo se
encaminharia bem, bastava eu colocar o peito ao alcance do bebê e que tudo
estaria resolvido, porque ele sabia o que fazer. Sim, ele sabe o que fazer,
mas... pois é tem um mas no meio do caminho. Na verdade 3:
1.A boca é muito pequena em relação a aréola (parte escura do seio)
2.Meu bebê dormia 8h a noite e eu achava ótimo porque dormia também e portanto
não o acordava
3.Não sabia a diferença entre a sucção que mama e a sucção pra se acalmar e se
confortar, que alguns chamam de chupetar (não uso esse termo porque o bebê não
faz o peito de chupeta, e sim a chupeta de peito, e se querem saber minha
opinião, sou contra chupeta. Um dia desses digo os meus motivos num post).
Pra tudo isso tem solução! Tardar em saber driblar essas 3 questões me levaram
a ter uma severa mastite bi-lateral (inflamação das duas mamas) em decorrência do
leite ter ficado retido no peito provocando o ingurgitamento, que é conhecido
como leite empedrar.
Vou continuar falando sobre assunto e respondendo como solucionar os percalços da amamentação nos próximos posts.
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