A tragédia em Santa Maria toca a qualquer um que tenha o mínimo de empatia e que possa se colocar por uns instantes na pele dos jovens que se foram, e sobretudo na dor dos que aqui ficaram com um gosto amargo de que a vida de seu querido ente foi usurpada cedo demais.
Deixo aqui registrado meu sincero pesar por esta situação.
Porém, gostaria de refletir um pouco sobre o que nasce antes e junto de uma tragédia.
O que permitiu que todo esse horror acontecesse foi a falta de fiscalização ou até mesmo a corrupção, o problema está muito anterior, a culpa não é exclusiva daquele que detonou o sinalizador com as faíscas (se é que existe um culpado e se soubermos quem foi nao muda os fatos), o problema é a falta de comunicação sobre a utilização do sinalizador (que deveria se ter a mínima noção da periculosidade em um ambiente fechado), a manutenção e segurança do espaço, bem como a formação dos profissionais envolvidos que no fim são meras vitimas desse sistema capital-canibal, que fazem bicos como segurança. As escolas são deficitárias no que é básico, mas deveria ser lá também um local para ensinar medidas básicas em situações adversas como: fogo, afogamento, cortes, queimaduras, alagamentos e outras intempéries.
Mas já que nada disso existe e que o fato não é mutavel, nem reversível o papel do jornalismo que é de denuncia e informação, passa a ser o papel de um explorador de emoções e de dor, numa tentativa que realmente funciona de chocar, tocar, manipular e sem dúvida sensacionalizar um evento como este que já é de uma grandiosidade, realmente me espanta. Denota falta de respeito pelo humano e pelo seu sentimento escancarado e repetido exaustivamente enquanto letrinhas passam embaixo. Dessa vez eu nao vi nada pela TV, pois estou desde novembro sem utilizar essa máquina que é tao mal explorada e no fim so serve a consumo e manipulaçao. Mas ainda que de longe vi como isso reflete e (de)forma a mente das pessoas e por conseguinte suas atitudes por meio das redes sociais.
Até quando vamos ficar recebendo na veia dos olhos essa droga? Até quando essa paralisia e complacência com a falta de respeito alheia? Creio que em tragédias como essa em luto e respeito aos que sofrem expostos pela mídia sem escrúpulos, devemos desligar a televisão.
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