Pular para o conteúdo principal

Sobre o aborto...




Hoje é o dia Latinoamericano pela legalização do aborto! Na minha linha do tempo do facebook pululam mensagem sobre o assunto, a maioria é contra, eu também não sou a favor, eu não teria coragem, mas alguém que chega a essa conclusão não pode ser fadado a morte por falta de recursos. O que me difere dos que são contra é a radicalidade e a defesa, eu posso não concordar, mas em nome de um feto não quero ser uma pessoa da sociedade que assassina mulheres e as aniquila. Onde uma vida constituída vale muito pouco ou nada ao lado de uma que mal começou. Eu sou doula, eu amo estar em partos. Eu defendo o parto humanizado o respeito ao nascimento eu sou pró vida com consciência, mas quero que a dignidade na vida de quem nasce e de quem põe no mundo seja continuada e não dure somente no momento do parto. Existem muitos discursos de "eu fui adotado e tive uma vida feliz!" Que bom, mas vc faz parte da enorme minoria. Entre não nascer e nascer pra sofrer maus tratos, passar fome, viver sem a mínima estrutura, me desculpem, mas nesses casos é melhor não vir ao mundo.
E o discurso de prevenção da gravidez é o único argumento cego que se tem de quem criminaliza o aborto, será que não entendem que não existe nenhum método contraceptivo 100% eficaz? A legalização do aborto não é para transformar esse evento em um ato contraceptivo, por favor, pensar assim é muito pequeno.
Está circulando uma imagem que seria a explicação de um aborto nela o bebê tem 23 semanas! Um bebê fica em média de 37 a 42 semanas para se completar.
Aborto de 23 semanas? Oi? Isso é mais da metade da gestação, os países que legalizaram o aborto fazem o procedimento somente no início da gravidez quando ele nem tem formas humanas definidas. A questão é como homossexualidade, drogas e bebidas. Vc não acha bom pra si, ok? Não faça! Mas não criminalize quem faz. Quando se fala em aborto as pessoas pensam q a mulher não vai se cuidar e aborto vai passar a ser um método anticoncepcional. E o homem? O homem nao precisa se cuidar e ele nao vai nunca ter que conviver com um dilema desses. Não! Não é assim, ninguém quer engravidar de propósito só pra abortar. Apenas é uma questão de não ser hipócrita, o aborto sempre foi feito e vai continuar sendo independente de leis. A diferença é que a rica paga caro e sai tudo bem enquanto a pobre morre como em casos recentes, se sujeita as coisas mais terríveis para conseguir abortar e com chances altíssimasde morte e infecção. Descriminalizar é uma questão de saúde pública. Não quer? Não faz. É contra? Não aborta! Mas quem é a favor da criminalizaçao é assassino e está sendo conivente com um sistema que está matando mulheres todos os dias.

Recomendo a leitura de:
http://www.cartacapital.com.br/blogs/escritorio-feminista/aborto-nao-e-questao-de-opiniao-3068.html
http://leonardoboff.wordpress.com/2014/09/27/discutir-o-aborto-por-amor-a-vida/
http://noticias.r7.com/saude/desde-a-legalizacao-uruguai-nao-registra-mortes-de-mulheres-por-aborto-22072013

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Das perguntas: Papel higiênico, no vaso ou no lixo?

Eu vivo me fazendo perguntas e nem sempre tenho as respostas, essa pode parecer inusitada, mas sim, já pensei nisso e me surpreendi com o que descobri. Aqui no Brasil todo banheiro que se preze tem lixeira e muitos banheiros públicos tem a seguinte placa:   Em portugal encontrei a versão lusitana da coisa e acho que herdamos esse hábito deles, acho, porque não tenho a menor certeza. Quando morei fora percebi a inexistência da nossa companheira lixeira, e vi que o papel era descartado no vaso sem o menor problema. Tenho por hábito seguir os hábitos e assim fazia, até porque fora da minha casa não havia essa opção, mas quando voltei continuei usando a lixeira nossa de casa dia. Tudo muito bom e muito bem até eu me casar com um "gringo" e ele me perguntou porque não colocávamos os papéis no vaso, de pronto mais que automatico e mecanicamente respondi: "Oras, porque entope!" Pouco depois pensei, mas na França não entopia... Será mesmo que entope? Ou fom

Marseille - MuCEM

MuCEM é  Musée des civilisations de l'Europe et de la Méditerranée , deu pra entender que é o museu das civilizações da europa e do mediterrâneo, né? Esse museu novinho em folha tornou-se um capítulo a parte da  jornada em Marseille. Após um sol fortinho e um tempo de fila inútil, pois estava com o filhote a tira colo e poderia passar sem ficar na fila, passamos pela ponte que nos levaria até este museu que já surpreende arquitetonicamente. Totalmente novo, recém inaugurado, ele abriu as portas no dia 7 de junho e fui visitá-lo no dia 9, quase estreei o museu. O projeto arquitetônico mistura o tradicional e antigo forte de Saint Jean com o que tem de mais ousado e moderno, uma "renda" feita de cimento reveste o museu que é todo rodeado de rampas que permitem uma visão incrível do velho porto de Marseille, esta parte paira sobre a água e uma ponte liga o antigo e o novo, ou seja, o forte ao museu. Ainda na parte do forte havia uma cantora e dois performers, fiz fotos

Limites: o não e a negação sem o não. Nossa história enquanto o terible two não vem

Estava escrevendo o post no telefone e o bendito tocou. E eu atendi. E o post sumiu. Mas vou tentar lembrar. Afinal é um assunto da série: quero escrever sobre isso, mas enrolo.Porém, hoje estava lendo um tópico e mensagens na rede do zuck de um grupo de mães que gosto muito e que me fizeram pensar em desengavetar essa ideia, ou melhor, desencerebrar mais uma ideia entre as tantas e ecléticas que passam nessa cachola e assim pulo do flúor pra qualquer outra coisa. Garanto que são muitas ideias, mas o tempo de escrever é inversamente proporcional. O assunto é meio polêmico, posso até ser crucificada, mas como o mundo é velho e sem porteiras, cada um faz o que pensa ser melhor para si e para seus rebentos também. Sem mais delongas e rodeios o tema das próximas linhas é dizer um pouco da nossa experiência com o famigerado não. Acredito estar maternando numa geração meio termo. Pois as gerações anteriores a grosso modo se dividem em duas:  as que nada permitem e oprimem e aquela que f